Risotto de Cogumelos Secos





Adoro risotto. Desde a primeira vez que fiz, foi amor à primeira garfada ou colherada (às vezes sabe mesmo bem comer com uma colher). Ou melhor, foi amor logo ao começar a preparar a refeição.
Os ingredientes escolhidos, a paciência e o carinho envolvido na preparação do risotto, sempre ao lume a mexer com a colher de pau, o cheirinho que se espalha enquanto fica quase no ponto, o queijo parmesão no final que lhe dá aquele toque fantástico, ralar mais um pouco de queijo ao servir (parmesão nunca é demais). E a primeira garfada. Cremoso e envolvente. O verdadeiro prato de conforto nestes dias. 
Este risotto de hoje é inspirado no que fiz no curso do Jamie Oliver, no Recipease em Londres. Adorei o curso. E o parmesão! Era fabuloso. Que saudades daquele dia.
Coloquei os cogumelos secos (vindos do Martim Moniz pelas mãos da Marmita querida) em água, fui lá fora apanhar tomilho fresco e fui buscar o parmesão. Mãos à obra, que vai sair um risotto à la Jamie.





Risotto de Cogumelos Secos

35 gr cogumelos secos
caldo de legumes q.b.
azeite q.b.
1/2 cebola picada
1 dente de alho picado
4 talos de aipo picados
1 chávena de arroz arborio
1/4 chávena de vinho branco
1 colher (chá) de manteiga
parmesão ralado q.b.
tomilho fresco q.b.


Preparação

Antes de preparar o risotto, colocar os cogumelos de molho em água quente, por uns 30 minutos.
Colocar o caldo de legumes ao lume, mantendo bem quente durante a preparação do risotto.
Escorrer a água aos cogumelos, reservando 1 chávena dela (e mantendo-a quente).
Num outro tacho colocar um fio de azeite, a cebola, alho e aipo e deixar refogar ligeiramente.
Em seguida colocar o arroz e envolver bem, mexendo sempre, até se notar que os bagos ficam ligeiramente translúcidos nas pontas. Nessa altura colocar o vinho branco e deixar ferver até evaporar todo o líquido.
Juntar duas conchas de caldo de legumes ao arroz, só a quantidade necessária para cobrir o arroz, e ir sempre mexendo até o arroz absorver o caldo. Juntar mais caldo à medida que o arroz vai cozendo e só quando o último caldo foi completamente absorvido.
A meio da cozedura, juntar os cogumelos e a água reservada deles, continuando a mexer.
Assim que o risotto estiver cozido (pode ser al dente ou ligeiramente mais cozido que é como eu prefiro), apagar o lume e adicionar a manteiga e o parmesão a gosto, envolvendo suavemente.
Servir imediatamente, enfeitado com tomilho fresco, com mais parmesão ralado e um fio de azeite.

Bom Apetite!


 



Coroa Brioche de Chocolate e Laranja





Em Dezembro passado fui convidada pela Nacional a participar num workshop da marca, com o tema Bolos Tradicionais de Natal.
Rumei ao Porto, até aos Workshops Pop Up, e em boa companhia meti a mão na massa de bolo rei!
Uma das receitas que o chefe António Faria fez, e que mais me cativou, foi sem dúvida o bolo rei de chocolate e laranja, que estava delicioso. 
Foi inspirada nessa receita que fiz esta coroa de brioche na minha cozinha. Amassada na minha Kitchenaid, levedada ao pé do forno a lenha e cozida à hora do lanche. Imaginam o cheirinho que se espalhou pela casa? Foi difícil não a comer logo mal saiu do forno, tal era a vontade. 
Era um dia que pedia mesmo o conforto de um lanche feito no forno, um chá, uma manta e um filme. Aqueles domingos preguiçosos e doces.



 
Gosto mesmo da combinação de aromas chocolate e laranja. Aqui o cacau e as raspas de laranja ficaram mesmo bem na massa brioche. Depois sem querer abusar muito, foram recheados com nutella (uma camada fininha!). Um abuso de vez em quando não faz mal. Ajuda a animar dias menos solarengos. E barriguinhas gulosas da casa. Que merecem ser mimadas.




Coroa Brioche de Chocolate e Laranja

1/2 chávena de leite morno
1 colher (de chá) de fermento biológico seco
3 chávenas de farinha para usos culinários da Nacional
1 colher (sopa) de cacau em pó
raspa de 2 laranjas
pitada de sal
1/4 chávena de açúcar mascavado
1 ovo + 2 gemas
100 gr de manteiga amolecida
2 colheres (chá) de rum

nutella q.b. para rechear


Preparação

Numa taça colocar a farinha, o sal, o cacau, açúcar e raspa de laranja. Abrir um buraco no centro e colocar o leite morno (onde se dissolve o fermento),  o ovo e as gemas batidos, a manteiga amolecida e em pedacinhos, e o rum. Começar a envolver os ingredientes todos com uma colher de pau, ou colocar o gancho de amassar na batedeira e amassar durante uns 10 minutos. Se for à mão amassar durante um pouco mais de tempo. Poderá ser necessário juntar um pouco mais de farinha.
Colocar a massa num local quente e deixar levedar durante 2 horas ou até dobrar em volume.
Retirar a massa da taça, colocar sobre uma superfície enfarinhada e voltar a amassar para libertar o ar.
Poderá ser necessário adicionar um pouco mais de farinha nesta fase, para ajudar a estender.
Estender a massa num rectângulo grande, com a ajuda de um rolo da massa, até ficar com 0,5 cm de altura. Barrar a superfície com nutella, numa camada fina. Enrolar a massa num rolo, e cortar em 10 pedacinhos iguais. Virar os pedacinhos com a superfície de corte para cima e colocar em forma de coroa circular num tabuleiro com papel vegetal antiaderente.
Levar ao forno pré-aquecido a 180ºC até cozer e dourar.

Bom Apetite!




 

Bruschettas de Abóbora Assada e Requeijão





Na cozinha, na culinária e nas receitas há ingredientes que ficam bem juntos. Às vezes nem pensamos muito nisso mas instintivamente juntamos sabores que combinam na perfeição nos nossos pratos e ao nosso paladar. É interessante pensar em qual ingrediente combina com determinado alimento. 
Tenho um livro interessante "O Dicionários dos Sabores" de Niki Segnit que nos ajuda a combinar os ingredientes par a par. Que nos diz que sabor combina com outro. Alguns deles improváveis e que ainda não experimentei.




Há duplas que adoro juntar nas receitas. Ingredientes que ficam bem juntos, que abraçam o meu paladar e fazem ums festa aos sentidos.
O limão e o coco, o limão e o gengibre, e o limão e o alecrim. O chocolate e a framboesa, ou outro fruto vermelho. O chocolate e amendoim, ou o chocolate e avelã. E ainda o chocolate e a laranja. A maçã e canela, esse eterno clássico. Os figos e presunto, com o doce e o salgado numa junção perfeita. A alfarroba e amêndoa e os doces algarvios. O ruibarbo e o morango em compotas, crumbles e tartes. Um pesto de manjericão perfumado e mozarella fresco ou parmesão. Tâmaras e queijo da ilha. Laranja e cardamomo. A amêndoa e gila e os doces conventuais. A beterraba e o queijo de cabra. Mel e mostarda. Geleia e queijo brie. E a abóbora e o requeijão.




Adoro abóbora. Do Outono ao Inverno ela é presença assídua na cozinha. Em sopas, em saladas quentes, em pastas e risottos, em tartes e quiches. Nos sonhos de natal. Nas broas doces. Em pão e bolos. Com nozes, canela ou chocolate. Não pode faltar a compota de abóbora acompanhada de um belo pedaço de requeijão. Uma coisa que adoro. 

E abóbora assada no forno. Coisa boa. Salpicar com um pouco de sal, um fio de azeite, umas ervas aromáticas e mais recentemente com a pasta de harissa. Fica deliciosa. A harissa apesar de não ser caseira, foi uma descoberta que adorei, oferecida pela Lia, e que tem sido usada em assados e comidas de inspiração marroquina. 
Aqui a abóbora assada fez par com o requeijão bem português, numas deliciosas bruschettas para petiscar com uma salada verde de rúcula e nozes.





Bruschettas de Abóbora Assada e Requeijão

8 fatias de pão tipo alentejano ou ciabatta
1 dente de alho
azeite q.b.
1 requeijão
400 gr de abóbora manteiga descascada
tomilho fresco q.b.
1 colher (chá) de pasta de harissa
sal q.b.
16 folhas de salva frescas
óleo de girassol para fritar
lascas de parmesão para enfeitar


Preparação

Pré-aquecer o forno a 200ºC. Forrar um tabuleiro com papel vegetal e colocar nele a abóbora cortada em cubinhos. Salpicar com um fio de azeite, sal, folhas de tomilho e a pasta de harissa.
Levar ao forno até a abóbora ficar tenra.
Em óleo bem quente fritar as folhas de salva por breves segundos. Colocar sobre papel absorvente.
Esmagar o requeijão com um garfo e reservar.
Cortar o dente de alho ao meio e esfregar nas fatias de pão, salpicar com um fio de azeite e colocar numa frigideira ao lume, a tostar de ambos os lados.
Sobre cada fatia de pão colocar uma camada de requeijão e em seguida pedacinhos de abóbora assada.
Enfeitar com as folhas de salva e as lascas de parmesão.
Servir quente, com uma salada de rúcula e nozes temperada com vinagrete balsâmico.

Bom Apetite!




 

Bundt de Clementina e Sementes de Papoila





De que são feitos os sonhos?




Os sonhos são feitos de coisas boas. Das coisas que mais gostamos. Das coisas que sonhamos e das que queremos realizar, cumprir, transmitir. Dos desejos.
Nos sonhos podemos ser quem quisermos. Podemos caminhar sobre nuvens de algodão doce. Podemos viajar num instante. Flutuar em pensamentos. Ir mais longe.
Os sonhos podem ser sonhados a dois. A mais. Partilhados.
Mas o mais importante é correr atrás deles e não viver só neles.


 
 
Às vezes gosto de pensar que os sonhos são feitos de bolos e bolinhos. De coisas doces. De coisas que nos animam em dias menos bons. De fatias como esta que são para serem partilhadas.
E apesar de às vezes andar no mundo da lua e perdida em pensamentos, é sempre bom torná-los reais.
Por isso vamos lá fazer um bolinho, com a fruta da época, tangerinas e clementinas de perfume forte, e o desejo de sonhar sempre.




E como nos sonhos há sempre amigos, este bolinho, segue viagem até terras distantes e frias, ao encontro da Lia e dos Bundt Cakes. Provamos uma fatia?