Almôndegas de Lentilhas e Bulgur






Mais uma receita que fui buscar ao baú. Mais precisamente a Maio do ano passado. E como passou tanto tempo sem publicar estas almôndegas? Também não vos sei dizer.
O que vos posso dizer sim, foi que nos surpreenderam a todos. A minha mãe por exemplo detesta almôndegas de carne e adora estas. Sim, adora! E volta e meia são feitas cá por casa. São boas para levar na marmita com uma bela salada ou uma massa.
A receita foi baseada numa revista de culinária que vi nessa altura. Eu adoro livros de culinária e revistas e sempre que passo pelo hipermercado não resisto a espreitar umas quantas. Tento controlar-me e evitar gastos exagerados e às vezes até levo um bloco de notas e caneta para apontar alguma receita que me piscou o olho! Como foi o caso desta, que veio da revista Bimby. Gosto imenso de espreitar a dita, tem sempre fotos lindas e boas ideias. E assim vejo-me a remar contra a maré, e enquanto uns adaptam receitas tradicionais à bimby, eu adapto à minha cozinha normal.
Deixo-vos esta deliciosa receita, saudável, para uma segunda ou qualquer outro dia sem carne. Happy Meatless Mondays!







Almôndegas de Lentilhas e Bulgur
(receita inspirada na revista Bimby, de Maio 2012)

para as almôndegas:
1/2 chávena de lentilhas vermelhas
1/2 chávena de bulgur
1 cebola
1 dente de alho
1 alho francês (parte branca)
2 colheres (sopa) de azeite
2 colheres (sopa) de polpa de tomate
2 colheres (sopa) de pão ralado
2 colheres (sopa) de salsa e cebolinho picados
sal q.b.

para o molho de tomate e cogumelos:
1 cebola
1 dente de alho
2 colheres (sopa) de azeite
2 tomates pequenos em pedaços
sal q.b.
6 cogumelos frescos e laminados


Preparação

Cozer o bulgur e as lentilhas no dobro de água durante uns 15 minutos. Reservar tapado durante 10 minutos.
Fazer um refogado com a cebola, alho e alho francês picados, o azeite e polpa de tomate. Deixar cozinhar por 5 minutos. Adicionar o bulgur e as lentilhas, o pão ralado, a salsa e cebolinho e o sal a gosto. Misturar bem e envolver com uma espátula, em lume brando mais uns 3 a 5 minutos. Deixar arrefecer ligeiramente e moldar as almôndegas em bolinhas. Reservar.
Para o molho de tomate e cogumelos, colocar num tacho o azeite com a cebola e alho picado, deixando refogar 3 minutos, adicionando depois o tomate e sal a gosto. Deixar cozer um pouco e triturar o tomate. Juntar depois os cogumelos laminados e cozinhar até ficarem prontos.
Servir as almôndegas com o molho.

Bom Apetite!









Bolo de Laranja, Canela e Côco











Estivemos quase quatro dias sem luz, água e telefones em casa da minha avó. Aos poucos tudo parece estar a voltar ao normal. O temporal de sexta e sábado passado fez imensos estragos por cá. Árvores caídas, postes no chão, um bocado do telhado voou, a maioria das laranjas e limões espalhados pelo chão e a falta de electricidade para o aquecimento, água para banhos e cozinhar, telefones para comunicar, deixaram-nos um bocado isolados.
Se bem que o que senti mais falta foi mesmo da água. Fomos a uma fonte buscar para poder ir lavando loiça e fazer sopas. Sem luz, a grande maioria dos congelados acabaram por se estragar. Os citrinos espalhados pelo chão foram apanhados durante o dia e partilhados com amigos.
As noites à beira do fogão a lenha e à luz de velas nem foram muito más. Serões à antiga, em que nos juntamos ao lume, com mantas e gato, na companhia uns dos outros, com conversas de outros tempos.
Não sentimos falta da televisão. Só senti falta mesmo de cozinhar, e de fazer um bolinho ao domingo. A minha avó também, que adora comer uma fatia ao lanche.
E nestes serões às escuras veio à memória este bolo, com cheiros de Inverno e sabores de agora. Como era bom ter uma fatia fofa e um chá quentinho nas mãos, naqueles dias.













Bolo de Laranja, Canela e Côco

4 ovos biológicos
3/4 chávena de açúcar mascavado escuro
raspa de 2 laranjas
sumo de 1/2 laranja
250 ml iogurte natural
1/4 chávena de óleo vegetal
1 colher (chá) de canela
1 colher (chá) de fermento
150 farinha de trigo
100 farinha trigo integral
50 gr de côco ralado


Preparação

Pré-aquecer o forno a 180ºC. Untar uma forma com manteiga/margarina e reservar.
Numa taça juntar os ovos e o açúcar e bater muito bem com a batedeira até a mistura ficar volumosa.
Adicionar a raspa, o sumo, o óleo e iogurte e mexer muito bem.
Peneirar as farinhas com o fermento e canela e juntar à massa envolvendo suavemente até ficar homogéneo.
Por fim, juntar o côco e mexer.
Colocar a massa na forma e levar ao forno até cozer (teste do palito).
Desenformar e salpicar com açúcar em pó.

Bom Apetite!








Panquecas de Mirtilo







Estas devem ser as minhas panquecas preferidas de sempre. As que faço mais vezes para mim e para os amigos.
Adoro panquecas, waffles e scones. São perfeitos para lanches e pequenos-almoços de fins-de-semana chuvosos e tristonhos. Sabem sempre tão bem. E deixam-me logo animada e de bom humor.
E estas panquecas só poderiam ter mirtilos para serem as minhas favoritas. As bagas derretidas, espalhando o seu sumo pela massa fofa são uma maravilha.
Fui encontrá-las perdidas nas fotos do ano passado. Geralmente não consigo fotografar panquecas, são demasiado irresistíveis!
Fica a sugestão para o vosso fim-de-semana, que se adivinha cinzento, por isso nada melhor que ir até à cozinha e preparar uma coisa boa e sorrir! E não se esqueçam de servir as panquecas bem regadas com maple syrup! Deliciosas!



Panquecas de Mirtilo

1 e 1/4 chávena de farinha de trigo
1/2 colher (chá) de sal
2 colheres (chá) de fermento
2 colheres (sopa) de açúcar mascavado
1 ovo batido
2/3 chávena de água
3 colheres (sopa) de leite
1 iogurte natural
2 colheres (sopa) margarina derretida
1 chávena de mirtilos
maple syrup para servir (ou mel)


Preparação

Numa taça juntar a farinha, sal, fermento e açúcar. Noutra taça juntar o ovo, água, iogurte, leite e margarina arrefecida, mexendo bem. Adicionar os líquidos aos sólidos e mexer bem até a massa ficar uniforme. Se acharem a massa muito espessa podem adicionar um pouco mais de leite.
Adicionar os mirtilos e envolver suavemente.
Numa frigideira anti-aderente, colocar um fio de óleo e levar a lume médio. Colocar uma concha da massa e deixar cozinhar lentamente até aparecerem uns "furinhos" na massa. Virar com a ajuda de uma espátula e deixar dourar. Repetir até esgotar a massa.
Servir ainda quentes com um fio de maple syrup ou mel.

Bom Apetite!




Risotto de couve-flor, batata-doce e açaflor






Mais um tesouro na minha cozinha. Uns pózinhos para pintar as receitas. Com um pequeno toque de magia.
Antes do Natal tive outra surpresa, vinda dos Açores com carinho. Este frasquinho de açaflor. Oferecido gentilmente pela querida Ilídia, que o cultivou e colheu. Um pedaço de outros lugares, um frasquinho que traz nele cheiros e amizade e descoberta. E eu adoro novos ingredientes!
O açaflor era desconhecido até o ver no blog da Ilídia, o Acre e Doce. O açaflor também chamado de açafroa ou falso açafrão pode ser substituído por açafrão normal. É produzido de flores, que depois de secas ao sol são trituradas e resultam nestes pequenos fios avermelhados. Uma preciosidade dos Açores.
A escolha para experimentar estes pózinhos recaiu num risotto leve. Ao falar com a Ilídia sobre isso ela disse-me que era mesmo o que tinha pensado para mim, um risotto com açaflor.
Parti assim à descoberta, com uma pitada de açaflor, de um risotto bem amarelinho, que me avivou de cor o dia e reconfortou. Obrigado Ilídia! Adorei conhecer o açaflor.
E este risotto vegetariano é bom em qualquer dia, mas como hoje é segunda-feira...Happy Meatless Monday!











Risotto de Couve-flor, Batata-doce e Açaflor

1 batata-doce média (polpa branca)
1 couve-flor pequena
tomilho fresco q.b.
alecrim fresco q.b.
sal q.b.
fio de azeite

1 cebola pequena
2 dentes de alho
1 colher (chá) de açaflor
3 colheres (sopa) de azeite
1 chávena de arroz para risotto
1/4 chávena de vinho branco
caldo de legumes q.b.
3 colheres (sopa) queijo da ilha ralado


Preparação

Colocar a batata-doce em rodelas e a couve-flor em pedacinhos num tabuleiro com papel vegetal. Salpicar com um pouco de sal, as ervas aromáticas a gosto e um fio de azeite. Levar ao forno a 200ºC até assar e ficar tenro.
Começar a preparar o risotto, colocando a cebola e os alhos picados num tacho, com o azeite e o açaflor, mexendo ocasionalmente. Noutro tacho manter o caldo de legumes a ferver em lume brando.
Quando a cebola estiver translúcida adicionar o arroz e mexer, deixando-o envolver bem o açaflor. 
Juntar o vinho branco e deixar cozinhar até o álcool se evaporar. Juntar 2 conchas de caldo e ir mexendo o arroz enquanto coze e embebe o caldo. Adicionar caldo à medida que for necessário, sem parar de mexer o arroz.
Entretanto retirar os vegetais do forno e reservar metade da couve-flor. Triturar a restante e a batata-doce em puré. Este puré é adicionado ao risotto quando estiver praticamente cozido. Envolver bem, deixando cozinhar por mais 2 minutos. Adicionar os raminhos de couve-flor reservados. No final da cozedura, apagar o lume e juntar o queijo da ilha ralado na hora, envolvendo suavemente.
Servir imediatamente polvilhado com mais queijo se assim o desejar e tomilho fresco.

Bom Apetite!








Bolo de Banana, Nozes e Quinoa






Aqui há menos de um ou dois anos não apreciava bolos de banana ou "banana bread". Tal como quando era pequena e havia muita coisa que não gostava e hoje adoro. Não sei como nem precisar quando os meus gostos mudam e os sabores se alteram, passando a apreciar determinada coisa.
Foi o que aconteceu com os bolos de banana, que não me diziam nada e hoje espero pacientemente pelas bananas demasiado maduras na fruteira para os fazer! 
Prefiro sempre o fruto ao natural ou a banana com granola e iogurte e canela pela manhã, mas um bolinho sabe sempre tão bem! Aposto que já tinham saudades de um bolinho por aqui. Também eu. 
E ao vê-lo sair do forno fiquei maravilhada com o aspecto da sua crosta crocante com as nozes e o cheirinho maravilhoso que exalava. Ao desenformar reparei que queimou ligeiramente por baixo (o meu forno anda desregulado...). Nada de especial. Corta-se com a faca o queimado, fatia-se o bolo e vão-se passando as fatias pelas mãos gulosas, sem sobrar migalha. É mesmo daqueles bolos fofos que apetece mais uma fatia.
Está feito o lanche para dias de frio cinzentos. Aproveitem no fim-de-semana!







Bolo de Banana, Nozes e Quinoa
(adaptado de livro Good to the Grain, de Kim Boyce)

1/2 chávena de açúcar mascavado escuro
1/4 chávena de açúcar amarelo
2 bananas esmagadas
2 ovos
1/3 chávena de iogurte natural
1/4 chávena de óleo vegetal
1 chávena de nozes
1/2 chávena de farinha de quinoa
1 chávena de farinha de trigo
1 colher (chá) de fermento
1/2 colher (chá) de gengibre e canela

Crosta:
nozes em pedaços (uns 3/4 de cháv)
açúcar mascavado para salpicar


Preparação

Pré-aquecer o forno a 180ºC. Untar uma forma de bolo inglês e reservar.
Tostar as nozes no forno e triturar até ficarem moídas.
Numa taça juntar os açúcares com os ovos e o óleo e bater muito bem com a batedeira por uns 3-5 minutos. Adicionar o iogurte e as bananas esmagadas, mexendo bem.
Juntar as nozes moídas e as farinhas, fermento e especiarias, envolvendo suavemente na massa.
Colocar a massa na forma, alisar a superfície, colocar os pedaços de nozes e salpicar com açúcar.
Levar ao forno até cozer (teste do palito).

Bom Apetite!









Pão Escuro com Alcaravia






Fico sempre feliz com um novo ingrediente na minha cozinha. Quer seja uma farinha, um vegetal ou uma simples especiaria. Ainda não conhecia a alcaravia, até há pouco tempo a encontrar. Já a tinha visto em algumas receitas em livros e blogs. Usada em pães, biscoitos e até bolos.
Gostei do cheiro, diferente dos que eu conheço. É sempre um momento daqueles especiais, em que me sinto feliz com algo tão simples. E o que seria de nós sem a felicidade proporcionada pelas pequenas coisas?
Sinto-me quase como uma criança na noite de natal a abrir uma surpresa, com um pequeno tesouro entre mãos.
E quis fazer um pão, num dia com tempo. Um pão com o aroma da alcaravia. E amassei o pão, sem ajudas, noutro momento especial. Geralmente rendo-me à máquina do pão para essa tarefa, mas desta vez quis meter a mão na massa. E amassei e vi a massa moldar-se numa cor escura e perfumada. 
Fazer um pão caseiro é algo que me deixa feliz. Retirá-lo do forno a lenha, aceso nestes dias frios, é uma sensação de aconchego e conforto que me enche o coração. Depois é só pegar na faca e na manteiga e provar ainda quentinho! 







Pão Escuro com Alcaravia
(adaptado do blog Comida de Quinta)

1 e 1/2 chávena de água
1 colher (sopa) de vinagre
3 colheres (sopa) de melaço escuro
4 colheres (sopa) de margarina vegetal
1 colher (chá) de açúcar
1 colher (chá) de sal
1 e 1/2 colher (chá) de alcaravia
2 colheres (sopa) de cacau em pó
200 gr de farinha de centeio
450-500 gr de farinha de trigo
1/2 chávena de gérmen de trigo
2 colheres (chá) de fermento biológico seco


Preparação

Misturar as farinhas, gérmen de trigo, açúcar, sal, cacau, alcaravia e o fermento numa taça.
Num tacho levar ao lume a água com o vinagre, o melaço e a margarina até aquecer e ficar morno (não é preciso derreter a margarina).
Adicionar os líquidos aos sólidos e mexer aos poucos com ajuda de colher e espátula. Amassar a massa durante uns 15 minutos à mão. Em alternativa poderá usar a máquina de fazer pão, colocando primeiro os líquidos e depois os sólidos.
Cobrir a massa e deixar num sítio morno durante 1 hora a levedar, ou até dobrar o volume.
Passado o tempo, colocar a massa numa superfície enfarinhada e retirar o ar, amassando por um minuto.
Colocar a massa na forma desejada e untada, e deixar levedar mais 30 minutos.
Pincelar o topo da massa com água, polvilhar com farinha de centeio e dar uns golpes com uma faca.
Levar ao forno pré-aquecido até cozer.

Bom Apetite!








Creme Verde com Coentros






2013 chegou trazendo com ele esperança. 2012 fica para trás, guardando memórias, momentos melhores e momentos menos bons, de que a vida é feita. Perdas e ganhos. Que nos mostram o que é verdadeiramente importante. Aproveitar a vida ao máximo esquecendo os nossos medos, aproveitar quem temos, os nossos amigos e família, partilhar sentimentos e abraços, valorizar o que temos, acreditar em nós e nos nossos projectos e sonhar.
Só vos posso desejar o mesmo que a mim e aos meus neste novo ano. Muita saúde, trabalho e felicidade.
Que seja um ano cheio de coisas boas. Um ano doce. Melhor do que o que passou.
E para acalmar as barriguinhas depois dos excessos das festas vêm as saladas quentes, os chás de cidreira e limonete caseiro e as sopas de conforto.
Recebo assim o novo ano, com um creme verde, cor da esperança.
Desejo a todos um bom ano!







Creme Verde com Coentros

1 batata
1 curgete
1/2 cebola
2 dentes de alho
4 chávenas de folhas de nabiça
4 chávenas de folhas de espinafres
4 folhas de couve portuguesa
1/2 chávena de ervilhas
água q.b.
sal q.b.
fio de azeite
1 molho de coentros frescos


Preparação

Descascar a batata, a curgete, a cebola e os alhos e cortar em pedaços. Lavar bem todos os vegetais.
Colocar numa panela grande e cobrir com água (a quantidade dependerá se preferir o creme mais espesso ou mais líquido). Deixar ferver até cozer bem. 10 minutos antes de apagar o lume adicionar o sal a gosto e um fio de azeite, deixando cozinhar. Juntar depois os coentros picados e deixar ferver 2 minutos. Triturar tudo num liquidificador ou com a varinha, e adicionar água quente caso esteja demasiado espesso.

Bom Apetite!